quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

bem assim mesmo...

Derrubei todas as minhas paredes 
pra dar lugar a mais janelas.
Quero que meus olhos alcancem além do que há aqui.

É muita luz pra pouco cômodo.
E eu sofro com o (in)comodo 
Desse espaço que faz falta em mim!


DESEJO é Outro... Voragem que me habita.


“Como eu gostaria de arrancar a minha pele sem medo e mostrar o meu todo para o outro.”




(...)mais velha e mais chata)...hummm

"Talvez eu ande mais velha e mais chata. Não tolero mais coisas que tolerava antes. Hoje em dia conforto para mim é fundamental. Isso vale para tudo. Tenho que dormir em cama boa. E olha que já dormi em colchão de ar. Tenho que ter um banho bom. E olha que já tomei muito banho frio nessa vida. Tenho que beber vinho de qualidade. E olha que já bebi vinho barato no meio da rua. Tenho que sentir meus pés confortáveis. E olha que já usei muito scarpin de bico fino e salto 10cm. Hoje gosto de me sentir livre. De estar bem. E de não me sentir apertada dentro de mim.
Não condeno quem gosta de acampar, gastar rios de dinheiro em roupas carésimas, tomar bebida de qualidade duvidosa. Cada um faz suas próprias escolhas e vive como quer. Só penso o seguinte: me deixa quietinha com minhas vontades. Se não temos o mesmo gosto podemos ser amigos. Só entenda que dessa linha para cá tem a minha vida e daquela linha para lá tem a sua. Acho que assim todo mundo fica bem. Inclusive, contribuímos para um futuro melhor. Respeito é palavra fundamental no meu dicionário (e no seu?).
Acho que estou mais velha e mais chata, sim. Vejo pelas marquinhas que se mudaram para a minha testa. Pelas coisas que não mais suporto. Não gosto de lugar barulhento e apertado. Não gosto de assistir um show onde desconhecidos esbarram em mim. Não gosto que gente estranha me cutuque. Não gosto de rir feito uma hiena quando o papo é sério. Tem gente que não cresceu. Sempre achei que tem a hora de brincar e a hora de falar que nem adulto.
Vejo que muitos levam a vida na gandaia. E tudo bem. Se você gosta de farra day after day, night after night tudo bem. Só não me incomode por gostar de ficar com minha casa, meus livros, meus vinhos, minhas letras. Não sou da noite: prefiro o dia. Não sou da pista de dança: prefiro minha cama e meus travesseiros fofos. Tem gente que ri de tudo, até de desgraça. Eu não consigo. Tenho meu lado criançola. Brinco, faço birra, faço manha. E tenho meu lado adulto, responsável, que encara quando tem que encarar, que não se esconde quando o bicho pega.
Passei daquela fase da fofoquinha, em que o legal era se reunir em um boteco de quinta categoria para falar da paixonite da vez (e a gente bebe e chora e ri e bebe mais até fechar o boteco). E da roupa da Mariana. E da cor da unha da Claudiana. E da voz esganiçada da Franciscana. Acho que toda mulher passa por isso um dia. Um dia, eu disse. Não a vida inteira. Eu fazia isso quando tinha 18 anos, era uma retardada, não sabia direito o que era amizade e o que queria pra mim. Hoje eu sei. Hoje acho ridículo grupinho que se junta para falar de A, B ou C. Quem fala de todo mundo um dia fala de você. Pode apostar, é assim mesmo que funciona. E tem gente que faz disso o seu esporte. Não gosto, mas fico na minha.
Minha mãe sempre mandou tomar cuidado com as pessoas que se fazem de boazinhas. Essas são as piores. Quem é filho da mãe escancarado nem oferece tanto perigo, afinal, a gente sabe com quem está lidando. O problema são aquelas pessoas que se fazem de legais e no fundo não valem dez centavos. Não gosto de gente que pisa em cima dos outros ou tenta se dar bem aprontando todas. Por isso, me recolho. Sou tímida. Um montão de gente ri quando falo isso, mas sou tí-mi-da. Só quem me conhece a fundo sabe. É que sou o tipo de gente que todo mundo pensa que conhece. Mas se enganam feio. Pouquíssima gente me desvenda. Mostro só o que quero. Não por maldade, mas por proteção. A gente tem que aprender a se proteger. Das escolhas dos outros. E até mesmo das nossas próprias escolhas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

É melhor prevenir que remediar? ...será? será mesmo?

Há uns duzentos anos Benjamin Franklin contou ao mundo o segredo do sucesso dele. Nunca deixe para amanhã, disse ele, o que você pode fazer hoje. Ele foi o homem que descobriu a eletricidade, o certo seria acreditar no que ele disse. Eu não sei por que adiamos as coisas mais se eu tivesse que apostar, eu diria que tem a ver com o medo. Medo de fracassar, medo da dor, medo da rejeição. Às vezes é medo de tomar uma decisão, porque e se for a decisão errada? E se agente cometer um erro que não da pra consertar? Seja qual for o nosso medo, uma coisa é certa: o sofrimento por não fazer alguma coisa é pior do que o sofrimento por fazer.... É melhor prevenir que remediar. Bobeou, dançou. Não podemos dizer que não fomos avisados, todos conhecemos os ditados, ouvimos os filósofos, ouvimos o aviso dos nossos avós sobre tempo perdido, ouvimos os malditos poetas nos mandando aproveitar ao máximo. Mas ainda assim, às vezes, nós pagamos pra ver. Temos que errar para aprender. Temos que aprender nossas lições. Temos que varrer a possibilidade de hoje pra debaixo do tapete de amanhã até não poder mais. Ter certeza é melhor que imaginar. Acordar é melhor que dormir. E mesmo o maior fracasso, mesmo o pior e mais incontornável erro é melhor do que nunca tentar.”